O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, cobrou do prefeito Wilson Santos medidas urgentes para colocar fim ao caos em que se encontra a saúde pública em Cuiabá. Do contrário, disse que vai requerer a intervenção por parte do Ministério Público Estadual para que haja solução. “É um absurdo ter que transferir para uma cidade vizinha todos os atendimentos de urgência e emergência. Algo inaceitável” – disse o presidente da OAB. “Chegamos ao limite da tolerância”.
Para Faiad, o problema enfrentado pela saúde pública não é novidade. Há anos se arrasta o mau atendimento a população. O Pronto-Socorro há muito tempo está cobrando uma gestão séria e eficiente. A reclamação dos médicos, segundo ele, persiste há pelo menos oito anos. “É inaceitável que se passe tanto tempo e os gestores públicos não conseguiram uma solução adequada. Isso mostra incapacidade. É lamentável” – acrescentou.
Para o presidente da OAB, a situação da saúde representa um risco tremendo para a população. “Não estamos tratando de obras ou de outra situação qualquer, mas do respeito a vida. E com a vida de pessoas humildes. Isso não pode jamais ser tratado dessa forma” – disse Faiad.
O conselheiro Hélcio Corrêa Gomes, designado pela diretoria para acompanhar o caso, por sua vez, apelou às estruturas médicas do Estado para que cooperem. Segundo ele, o esforço precisa ser comum. “Todos devem se engajar nessa situação, dar um voto de confiança, enfim. O que não pode é alguém vir a morrer por causa da falta de médico” – acentuou. Ele disse que se for necessário “a OAB vai representar contra todos, prefeito, secretário, médicos, diretores, sindicalistas, caso alguém venha a falecer nessas circunstâncias”.
Além da questão dos médicos, Hélcio destacou ser necessário abrir uma profunda investigação sobre as reais condições de trabalho nas unidades médicas de Cuiabá. Para ele, as denúncias de falta de equipamentos básicos, como raio-x, merecem atenção especial. “Não se pode cobrar trabalho sem dar condições de trabalho. A OAB quer uma investigação sobre isso” – frisou Gomes.