O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se reúne na tarde desta sexta-feira para discutir, entre outros assuntos, a prisão de advogados dentro da Operação Currupira, desencadeada pela Polícia Federal em cumprimento aos mandados de prisão e busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Mato Grosso. Na ação policial, dois advogados foram presos e seis tiveram computadores apreendidos. "O assunto será discutido e é possível que haja a decisão pelo desagravo público, caso assim o conselho entenda" disse o presidente da OAB, Francisco Faiad.
A direção da OAB considerou as prisões como sendo arbitrárias e abusivas. Especialmente a que envolveu a advogada Mauren Lazaretti Aguiar, que se encontra em fase de amamentação e ainda assim foi levada para a Penitenciária do Pascoal Ramos. Faiad disse que a Justiça se equivocou ao determinar a prisão de advogados em caráter temporário. Ele disse que esse instrumento não existe. A prisão temporária tem como finalidade investigar suspeitos. Em Cuiabá não existe nenhum tipo de acomodação especial.
Nesta sexta-feira, o presidente do Conselho Federal da OAB, Roberto Busato, que estará em Cuiabá na próxima semana para abertura da Conferência Estadual dos Advogados de Mato Grosso, fez duras críticas ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Busato disse que já pediu ao ministro providências contra a invasão de escritórios de advogados por se tratar de uma prerrogativa da classe, assegurada em lei. "A impressão é que o ministro não comanda a Polícia Federal, apesar do órgão ser ligado diretamente ao seu Ministério" disse. "Lamentavelmente o ministro da Justiça não tem demonstrado nenhuma preocupação com a atitude arbitrária da Polícia Federal".
No caso específico da advogada Mauren Lazzaretti, Francisco Faiad disse que não existem evidências concretas sequer para investigação. Ela teria recebido apenas e tão somente um telefonema de pessoas supostamente envolvidas no escândalo e ainda assim declinou da posição. O caso de Mauren, que é professora universitária em Cuiabá, está sendo acompanhada por representantes do Tribunal de Defesa das Prerrogativas.