O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil, Leonardo Pio da Silva Campos, afirmou nesta quarta-feira que a OAB vai acompanhar todos os passos do processo envolvendo as denúncias de corrupção no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente em Mato Grosso (Ibama). Segundo ele, a OAB, em nome do Estado de Direito, deseja a apuração rigorosa das acusações e, uma vez confirmadas, a punição exemplar de todos. "Não pode haver distinção" frisou.
Leonardo Campos disse que considera a corrupção a forma mais devastadora de se cometer um crime ambiental. "Ela privilegia aqueles que podem pagar e faz com que caia todas as possibilidade de proteção ao meio ambiente" frisou. Ele disse considerar um absurdo o nível de desmatamento ocorrido sem o devido trâmite legal. "A exploração dos recursos naturais deve ocorrer de forma sustentável. A corrupção é danosa" assinalou.
A OAB vai designar um advogado da Comissão de Meio Ambiente para fazer o acompanhamento de processo. Se houver necessidade, segundo Leonardo, o representante da Ordem poderá atuar até como assistente. "A operação realizada foi grande, desvendou uma série de situações. A demissão apenas dos servidores envolvidos não pode ser compreendida como gesto de punição" ele acrescentou, ao acompanhar a ação da Polícia Federal, com base em processos movidos pelo Ministério Público Federal.
Do total de envolvidos na investigação policial, 42 são empresários e 47 são servidores do Ibama - 39 de carreira e oito de cargos comissionados. Desses 39 servidores, 21 já haviam ocupado cargos de confiança na instituição antes de janeiro de 2003. Todos já respondem a processo administrativo disciplinar, e o Diário Oficial da União de hoje publica a exoneração dos oito que ocupavam cargos em comissão, dentre eles o gerente-executivo do Ibama no Mato Grosso. Os servidores de carreira só poderão ser demitidos após a conclusão do processo.