As discussões entre órgãos e entidades ambientalistas, convocada pela Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso, para tratar dos problemas ocasionados pelas dragas de extração de areia no Rio Cuiabá tiveram que ser adiadas em função do sequestro do advogado Batilde Jorge Abdala. O advogado da Fundação Estadual do Meio Ambiente é o relator do processo que visa discutir e propor ações para disciplinar a exploração do rio. "Ainda vamos definir uma nova data" disse o presidente da comissão, Leonardo Pio de Campos.
As dragas de extração de areia instaladas ao longo do perímetro urbano do Rio Cuiabá, segundo Leonardo Pio, estão provocando o aprofundamento demasiado do leito em alguns pontos e, com isso, provocando graves danos ao meio ambiente. Leonardo informou que a próxima reunião não deverá demorar a acontecer já que a assunto exige medidas urgentes para serem tomadas. Ele disse que a nova data vai depender da recuperação emocional do relator. "Ele é o relator e vamos aguardar" comentou.
Batilde Abdala foi sequestrado na noite de segunda-feira quando chegava em sua residência na Avenida Isaac Povoas, próximo ao Edifício Milão. Ele foi deixado em cativeiro e depois transferido para a região da localidade de Ponte de Ferro, onde foi abandonado. O veículo roubado ficou retido pela Polícia Rodoviária Federal, próximo a fronteira com a Bolívia.
Ao longo do Rio Cuiabá existem 22 pontos de extração de areia. De acordo com as informações disponíveis sobre a situação, a extração tem provocado fortes impactos no rio, em função do aprofundamento demasiado em alguns pontos. "Estudos indicam que existem riscos do rio sofrer mudança de curso. E isso pode provocar assoreamento e outros danos" explicou. Da próxima reunião devem participar representantes da Fem), Juizado Volante Ambiental, Delegacia de Proteção da Natureza, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Secretaria de Meio Ambiente de Cuiabá e de Várzea Grande e Cooperativa das Dragas.
